Tarifa de 50% dos EUA interrompe negociações e 20 contêineres ficam retidos no Ceará

  • 14/07/2025
(Foto: Reprodução)
Porto do Pecém. Divulgação/Tatiana Fortes/Casa Civil A taxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros já provoca impactos nas exportações cearenses. Embora a medida só entre em vigor em 1º de agosto, fontes ouvidas pelo g1 relatam que compradores norte-americanos estão suspendendo negociações por receio do impacto da nova tarifa. ✅ Siga o canal do g1 Ceará no WhatsApp Augusto Fernandes, CEO da JM Negócios Internacionais, uma das quatro empresas que operam com exportações no Porto do Pecém, revela que cerca de 20 contêineres, principalmente de mel, pedra bruta e cera, ficaram retidos em diferentes etapas do processo logístico: seja no pátio do exportador, em transporte para o porto, ou já dentro do terminal portuário. Augusto Fernandes, CEO da JM Negócios Internacionais, fala sobre o impacto da tarifa no CE A JM atua como elo entre empresas exportadoras e os trâmites logísticos e burocráticos, oferecendo serviços que vão desde a logística aduaneira internacional e nacional até o acompanhamento de documentação junto a órgãos como Anvisa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Receita Federal. LEIA TAMBÉM: Clientes dos EUA recuam e contêineres com toneladas de mel são embarcados Tarifaço de Trump: governo Lula seguirá na defesa da soberania para fragilizar Bolsonaro e seu grupo Segundo Fernandes, a paralisação já causa prejuízos significativos aos exportadores. Um exemplo é o de um cliente do setor de mel que, anualmente, envia cerca de 100 contêineres para os Estados Unidos, o que representa um faturamento de aproximadamente 12 milhões de dólares. A interrupção desses embarques compromete seriamente a receita da empresa. "Os processos paralisados param de faturar. Quando uma empresa para de faturar, você sabe a consequência. A consequência é o desemprego", pontua. Ele destaca ainda que produtos como mel, embora não liderem as estatísticas de exportação como as frutas, têm peso importante na economia local, especialmente por envolverem pequenos produtores e cooperativas. A suspensão das exportações afeta diretamente o faturamento das empresas e amplia o risco de desemprego. A gravidade da situação tem levado o CEO a compará-la a uma “bomba atômica na economia”. Para ele, as perspectivas de uma solução rápida são remotas, já que as negociações atuais não apontam para avanços. A previsão de embarque dos contêineres retidos é entre a segunda quinzena de julho e 24 de agosto. "A preocupação agora é garantir que essas cargas sejam despachadas antes da vigência da nova tarifa, a fim de minimizar os impactos econômicos nas cadeias exportadoras locais", diz a nota da JM. Em nota, o Porto do Pecém afirmou que segue "operando normalmente". "Até o momento, não houve solicitação formal de alteração no cronograma da carga mencionada. O Porto apenas é informado oficialmente quando há decisão de manter uma carga em pátio por tempo superior ao previsto, o que, neste caso, ainda não ocorreu", diz o texto. Setor pesqueiro alerta para risco de colapso Setor pesqueiro do Ceará teme colapso devido a taxa de 50% de Trump O Ceará ocupa o primeiro lugar em exportação de pescados, sendo responsável por mais de 25% das exportações brasileiras na área, conforme dados do Comexstat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, referentes a 2022. Na época, o secretário executivo do Agronegócio, Silvio Carlos Ribeiro, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), afirmou que cerca de 57 mil empregos são gerados pelo setor. Paulo Gonçalves, representante do Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca do Estado do Ceará (Sindifrio), alerta que o mercado norte-americano é um dos principais destinos para o pescado cearense e que a nova tarifa de 50% pode desestruturar toda a cadeia produtiva do setor. "A princípio, não vamos mais ter como vender os peixes costeiros e a lagosta para o mercado americano, porque 50% é uma taxa extremamente elevada", afirma. Segundo ele, o impacto será sentido principalmente na geração de empregos, afetando diretamente pescadores e armadores. A expectativa do Sindifrio é de que o governo federal consiga abrir uma negociação com os Estados Unidos para reverter ou ao menos reduzir a taxa. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará:

FONTE: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2025/07/14/tarifa-de-50percent-dos-eua-interrompe-negociacoes-e-20-conteineres-foram-retidos-no-ceara.ghtml


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